Cidadãos tomam da palavra no período destinado ao público
Helena Quaresma, representante do MEC da Lousã, interveio no período destinado ao público na reunião da Assembleia Municipal (AM), para questionar novamente o executivo camarário e o órgão de liberativo sobre a APIN. A munícipe quis saber se as infraestruturas, instalações e outros bens do município “foram vendidos, doados ou arrendados à APIN”, questionando também os deputados sobre a saída da empresa e devolução da gestão dos recursos hídricos, saneamento e recolha de resíduos ao município. Pediu ainda acesso a cópias dos documentos sobre a “afetação de bens municipais” à PIN, bem como a estudos sobre os recursos hídricos do concelho. Luís Antunes respondeu dizendo que “já existiram diligências para encontrar os referidos estudos”, contudo, até então, a Câmara “ainda não foi bem-sucedida na recolha dessa informação”.
Hélder Ferreira, engenheiro civil e um dos mais de mil subscritores da petição, citou dados da entidade reguladora do setor (ERSAR) quanto às captações de água no concelho. Segundo disse, “a água contabilizada para consumo em 2011 rondava 1.9 milhões de metros cúbicos” (m3), sendo toda obtida em nascentes e captações locais. Em 2018 o volume cresce para 2.1 milhões de m3, no entanto a captação local “passa a representar apenas 5,5%”, apontou.
Fugas na rede e água não cobrada
Ainda segundo o munícipe, os mesmos indicadores apontam que em cerca de 10 anos, entre fugas na rede e água não cobrada, “as perdas superam os 40%!”. Uma situação que “originou um défice crescente a partir de 2011, cada vez mais evidente à medida que as nascentes e captações locais foram sendo abandonadas e substituídas por águas importadas da Águas do Centro Litoral”.
Na sua opinião, “a Lousã dispõe de um enorme potencial hídrico”, possui uma rede de abastecimento de água e de saneamento, além de equipamentos para recolha de resíduos, questionando se existe “capacidade técnica e humana nos serviços municipalizados, o que mais fica a faltar?”.
O presidente da Câmara respondeu dizendo que “desde 2011, já existia obrigação contratual entre a Câmara e a então Águas do Mondego para o abastecimento em alta” e que a capacidade de abastecimento, em especial no verão, já apresentava debilidades “na principal captação de água do concelho, que era o Rio Ceira, com um caudal bem superior às nascentes e ribeiras da serra”. Acrescentou que “o abastecimento tem que ser feito 365 dias por ano e não só quando chove” e que além estar em condições de ser captada, “a água tem de ser tratada e preparada para abastecimento público, na quantidade e qualidade adequada”.
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