Natália Rios Peralta começou a pintar há seis anos. Mas a sua obra, na opinião do artista plástico Sérgio Eliseu, revela maturidade. “Fiquei surpreendido, o traço, a componente técnica não transmitem essa prática tão recente”, referiu o lousanense, na inauguração da exposição de pintura, dia 27 de outubro, sexta-feira, na sede da Cooperativa Trevim.
Amigos e familiares, alguns também surpresos com o talento demonstrado pela artista aos 79 anos, quiseram integrar-se no momento inaugural, apreciando a já vasta obra da autora, nas formas, nas cores, nos temas. Uma mostra que demonstra a ligação da pintora ao mundo feminino, representado na sua beleza, sedução e espírito maternal.
“Está de parabéns pelo qualidade do trabalho. Sinto-me muito honrada com uma exposição tão bonita”, referiu Celeste Garção, coordenadora da Comissão Comemorativa dos 50 anos do Trevim, convidando os artistas presentes para expor no espaço, por onde já passaram figuras que “nos honram com o seu trabalho, arte e criatividade”.
Pintar para ocupar o tempo
“Uma pessoa começa a pintar, a ter gosto, os filhos vão comentando e levando os quadros”, comentou a artista, com dois filhos por perto. Um deles, Paulo Peralta, atual presidente da direção da Cooperativa Trevim, agradeceu à mãe o facto de ter concebido a exposição.
Natália Rios Peralta começou a dedicar-se às artes decorativas, mas a rotina não lhe agradou. Ainda pintou em café e fez trabalhos com casulos de bichos da seda. Mas foi na pintura, com técnicas de óleo e acrílico, que encontrou o seu lugar nas artes plásticas. Um local para onde se desloca para ocupar o tempo, que foi ficando vazio, após a aposentação de mais de 50 anos dedicados à enfermagem.
De Pinhel para a Lousã,
onde exerceu enfermagem
Natural de Cerejo, concelho de Pinhel, reside na Lousã desde 1962, onde trabalhou com os médicos Alcino Simões Lopes, Américo Viana de Lemos, Euclides Henriques e Serra da Gama. Artisticamente, frequentou a Universidade Sénior, e mais tarde a Galeria Ícone, da pintora Tatiana Santos, ambas em Coimbra.
Já participou em várias exposições coletivas, sendo esta a primeira mostra individual. As 16 telas vão manter-se na Cooperativa Trevim até esta sexta-feira, 10 de novembro.
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