2021 foi declarado pela ONU Ano Internacional da Paz, tal como já acontecera em 1986, 2000, 2001 (Diálogo entre as civilizações), 2009 (Reconciliação)… para além de todos os outros anos com palavras similares como Refugiados, Intolerância, Racismo, Xenofobia… e além do Dia Internacional da Paz promulgado a partir de 1981 também pela ONU.
Gestos bonitos, memorandos irónicos num planeta com guerras diárias, conflitos mensais e anuais um pouco por todos os continentes, sem que os senhores que se sentam na dita ONU consigam pará-las. (…)
Gaza é uma prisão a céu aberto, com condições muito dramáticas, desde que, em 2007, com a chegada do Hamas ao poder, Israel endureceu o bloqueio militar. A taxa actual de desemprego é de 44%, sobrepopulação, falta de infraestruturas, cortes de energia (apenas 4 horas de electricidade por dia). Este é o ambiente onde Safaa vive, sobrevive e se enraivece contra a desumanização da sociedade.
Pegou em pedras, em armas de guerra para clamar a sua inocência, a injustiça que a rodeia, os crimes cometidos diariamente por ambas as partes? Não / Sim. Pegou na arma do humor: a pena e o papel da crítica irónica e sorridente. (…)
Após os deveres familiares e de sobrevivência do quotidiano, Safaa Odah reserva um pequeno espaço de tempo para comunicar com o mundo pelas redes sociais, espaço privilegiado de publicação da maioria dos cartoonistas internacionais e, principalmente, da Palestina. (…)
— Osvaldo Macedo de Sousa
Programa do dia 11, sábado — V. N. Poiares
Pelas 11 horas, inauguração da exposição «Ano Internacional da Paz» (Centro Cultural, a confirmar). A partir das 14:30, sessão de caricatura, até 16:30.
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