Projeto liderado por Domingos Xavier Viegas vai desenvolver-se também na Lousã
Os incêndios que ocorreram em 2017 na região centro do país, incluindo na Lousã, vão ser um dos principais casos de estudo do projeto “FirEUrisk”, que obteve recentemente 10 milhões de euros de financiamento no âmbito do programa Horizon 2020 da União Europeia.
Segundo explicou ao Trevim o líder do projeto, Domingos Xavier Viegas, embora o “FirEUrisk” – Developing a holistic, risk-wise strategy for European wildfire management” (Desenvolvendo uma estratégia holística e baseada no risco para a gestão de incêndios florestais na Europa) “conte com participantes de um grande numero de países europeus e também fora da Europa, o concurso foi motivado pelos incêndios que ocorreram em Portugal, e mais precisamente na Região Centro”.
Seria “quase obrigatório que esta região fosse escolhida como uma das principais áreas de estudo”, acrescentou o cientista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), dando nota de que a equipa irá “não apenas aprofundar os conhecimentos, as lições e as medidas que decorreram desses eventos, como também testar aqui novas propostas de gestão para reduzir o risco dos incêndios florestais e em particular o seu impacto na população, que serão desenvolvidas no projeto”.
Através do “FirEUrisk” , explicou, “iremos expor aos colegas, de cerca de 40 instituições que participam no projeto, o trabalho que está a ser feito em Portugal e no nosso Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, na Lousã, e também das restantes equipas e instituições nacionais que colaboram com o projeto”.
Prevê-se abordar “todos os tipos de incêndios florestais, com foco particular em mega incêndios, a interface urbano-florestal e os desafios dos incêndios emergentes no Norte da União Europeia”, numa “estratégia de gestão centrada no risco” que “integrará as práticas e políticas de prevenção de incêndios florestais, supressão e restauração” para “melhorar a proteção dos cidadãos expostos”.
Ao longo de quatro anos a equipa deverá “desenvolver, avaliar e disseminar uma estratégia integrada de base científica para expandir os atuais sistemas de avaliação de risco de incêndio florestal, incluindo fatores críticos de risco anteriormente não cobertos, produzir medidas eficazes para reduzir as condições atuais de risco de incêndio e adaptar as estratégias de gestão às mudanças climáticas e socioeconómicas futuras esperadas”. São desígnios a alcançar “em estreita colaboração entre investigadores, utilizadores e cidadãos, integrando novas tecnologias, orientações e recomendações de políticas para melhorar os sistemas e práticas atuais das escalas regionais às da UE”. Este projeto junta em consórcio parceiros de todo o mundo (Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Chipre, Espanha, Estados Unidos da América, França, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, Roménia, Suécia, Ucrânia). Na Universidade de Coimbra, o estudo vai ser efetuado no Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), da FCTUC, envolvendo também equipas do Instituto Jurídico da Faculdade de Direito (FDUC) e da Faculdade de Medicina (FMUC).
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