O auto de consignação para a empreitada de instalação do sistema Metrobus no Ramal da Lousã foi assinado, no dia 11, junto à estação de Serpins, numa cerimónia presidida pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos
Um “momento histórico”, nas palavras do presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, que traduz “um ato de justiça na reparação dos danos causados por tudo o que não se concretizou anteriormente e penalizou a região”.
Naquele momento, começou a contagem dos 18 meses que o consórcio Comsa-Fergrupo, vencedor do concurso público lançado há mais de um ano pela Infraestruturas de Portugal (IP), tem para concluir a obra, no valor 23,7 milhões de euros.
Salientando a descrença da população face ao projeto, Luís Antunes disse aos autarcas, representantes institucionais e cidadãos presentes ser “determinante que o compromisso do Governo continue a ser honrado” e prometeu manter “a mesma exigência” até ao dia da “viagem inaugural”.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, por seu turno, admitiu que “esta obra nunca demoraria dez anos se fosse para ser feita em Lisboa ou no Porto”, recordando a “promessa dada há 30 anos” para intervir numa linha que “está desativada há 10”.
Para Pedro Nuno Santos, apesar de “ainda não estarmos a ver máquinas e pó, nem trabalhadores no terreno”, a consignação oficializa o início dos trabalhos, “o momento em que o Estado termina a sua parte e entrega ao empreiteiro a responsabilidade de fazer obra”.
Deixou um pedido de desculpas, “em nome do Estado português, a um povo que não teve alternativa por sucessivos anos” e garantiu que o Governo “continuará a acompanhar a empreitada”, estando fixadas “penalizações em caso de incumprimento” dos prazos. “Vamos ser muito rigorosos nisso”, acentuou.
O caso do Ramal da Lousã pode explicar “um afastamento tão grande de muitos portugueses da vida política e da participação democrática”, lamentou, para considerar que “as pessoas deixaram de acreditar”.
Na sua opinião, “a comunidade trata partes do seu território de maneira diferente”.
Sobre se o metrobus “é melhor ou pior do que a ferrovia”, Pedro Nuno Santos afirmou que “não é uma solução de remendo, pelo contrário, é uma solução de futuro”.
No entanto, ressalvou, “se o volume de passageiros justificar, não deixaremos de fazer um investimento mais pesado”.
O presidente da IP, António Laranjo, disse que a celebração do contrato com o consórcio representa “a luz ao fundo do túnel” de um processo “que tantas dores de cabeça já deu no passado”.
O responsável fez um resumo técnico do projeto, que inclui uma rede com duas linhas, uma suburbana e outra na cidade de Coimbra, e tem “uma procura estimada de 13 milhões de passageiros por ano, já muito significativa”.
Na cerimónia, estiveram também presentes o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, o presidente da sociedade Metro Mondego, João Marrana, o diretor geral do consórcio, Carlos Nunes, o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, José Carlos Alexandrino, a presidente da comissão diretiva do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), Helena Azevedo, bem como autarcas do concelho e da região.
Abertura do canal em Coimbra custa 3,5 milhões de euros
No mesmo dia, em Coimbra, foi consignada a empreitada para abertura do canal do metrobus na Baixa da cidade, com um custo de 3,5 milhões de euros.
Em comunicado, a Metro Mondego explicou que a via, ligando a frente de rio Mondego à rua da Sofia, inclui a reabilitação de vários imóveis e a construção de um edifício-ponte, da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne.
Após a conclusão da obra, no prazo de 23 meses, ficarão disponíveis dois edifícios, com uma área de construção de cerca de 2.600 m2, destinados a comércio, restauração, serviços e habitação.
A Linha do Hospital, em que esta empreitada se insere, fará a ligação da Baixa e do Ramal da Lousã à zona de Celas, onde estão localizados vários hospitais.
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